Eis que surge o poeta...

Eis que surge o poeta...
O haicai se inspira nas coisas belas do mundo

domingo, 29 de agosto de 2010

Desesperado









Eu te peço meu amor não me deixe
Se você não for serei seu vassalo
Ficarei fora d’água sendo um peixe
Vou sair do terreiro sendo o galo

Oh minha querida, por favor, não se queixe
Pois muitas vezes pareço um cavalo
Meus sentimentos a ti formam feixes
Só não mande tudo isso pelo ralo

Pois assim como o veneno da cobra
Tipo as mais venenosas, urutu
Que entra na carne arrancando fiapos


Que passa por dobras e se desdobra
Feito aranha em buraco de tatu
Por seu amor aceito engolir sapos

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Você é assim?


De que adianta falar bem
se vestir bem
se você não se sente bem
não convence ninguem
sera que você é alguem?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Haikai celestial

No cálice um vinho
tão rubro como o sangue
memória de Cristo

Saiu de cafeteira

Como um baú velho, que tem muitos guardados
Assim és meu peito, repleto de emoções
Fui um arquiteto de muitos feitos no passado
E um conquistador de tantos corações
Tenho na memória a dança ao som de ternas lembranças
Ensinava às mulheres a arte do amor
Inspirava-as a mostrar toda sua sensualidade
Resta hoje no meu jardim uma única flor
Aquela que se chama saudade

Os dois lados da moeda

Caminhei pelas lacunas do tempo
Vivi todas as estações do ano
Corri o mundo nas asas do vento
Só não conquistei a mulher que amo

Por isso conheci o sofrimento
Percebi que a vaidade é um engano
Do seu rosto lembro-me a todo momento
Pelo seu nome ate sonhando eu chamo

Neste mundo conheci seus meandros
Fui mestre na arte da sedução
Na malandragem era o maior malandro

Mas no amor o mestre da confusão
Por fim me tornei triste e magoado
Por tanto a amar e não ser amado

Depois que você partiu

Trancado no meu peito hoje esta
Tamanha vontade de você
Que levo na mente onde quer que vá
Só mesmo eu, estou no mundo à mercê

Me arrependo de dizer pra ti, vá
Sabe, nem mesmo eu sei o porquê
Faria tudo pra te trazer pra Ca
Sim, sofro e só você não vê

A sua volta seria meu renascer
Neste mundo que é só de tristeza
Pois tua presença me faz reviver

Mas sei que isso não passa de um desejo
Quem me dera ter de novo seus beijos
E contemplar outra vez sua beleza

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Desilusão

Seu amor me fez mal
Me fez sofrer amiúde
Feito veneno de cobra coral
Me tirastes a paz e a saúde
Fiquei chorando no caminho
Que antes era de flores..., hoje cinzas e pó
Pois viver sem os seus carinhos
Melhor então não mais amar
Melhor viver só
Sinto como se de mim faltasse um pedaço
Meu mundo se perdeu em lagrimas
Que não são de crocodilo
Não consigo entender seu coração de aço
Não sei mais o que faço, pra ficar tranqüilo
Faço o que posso pra te esquecer
Mas as lembranças teimam em vir
Imagine...
Um dia fui feliz
Mas você não quis
Comigo viver
Hoje vivo sem prazer
Ainda resta a cicatriz
Nunca mais outro amor vou permitir...

muitas das vezes

No absurdo
se vê a realidade
No mágico
Vê maldade
No errado
Se encontra o certo
No ódio
Encontra o amor
Na derrota
Encontra a vitoria
Na descrença
Surge o belo
Na duvida
Surge a maravilha
Na loucura
Surge um sol brilhante
o calejado, se transforma
Numa vida de instantes
As vezes o conforto
Te desconforta
O coração se finge de morto
E fecha a porta
A alegria
Te deixa triste
E todo dia
A dor existe

domingo, 15 de agosto de 2010

Ta difícil

Quero te falar...
Dos meus sonhos...
Sobre as flores...
Do que proponho...
Falar de amores
Dos meus medos...
E meus desejos...
Dos meus segredos...
De como te vejo...
Falar do meu amor...
Falar da tarde que cai...
Falar da minha dor,
Quando me olha e sai...
Falar da lua...
E das coisas que te dei...
Do silencio da rua...
E o que por ti ja agüentei...
Às vezes fecho os olhos,
E fico a imaginar
Que esses abrolhos
São pra me provar
Às vezes fujo do tempo
E me perco nas horas
Observo o vento
Que por mim passa e vai embora
Assim você faz comigo
Vem e me assanha
Depois me chama de amigo
Diz que não quer fazendo manha...

sábado, 14 de agosto de 2010

As duas faces do amor

Dentre os sonhos mais lindos de uma vida inteira
Esta o de ser feliz com a mulher amada
E fazer desta uma constante brincadeira
Uma verdadeira estória, conto de fadas

No sonhos, às vezes o amor te da canseira
Mas quando você acorda vê que não foi nada
Na vida real você queira ou não queira
O amor é cortante como o fio de uma espada

Às vezes te proporciona só maravilhas
Às vezes te mostra como é encantador
Às vezes só te coloca em armadilhas

Te faz um alucinado, quase um louco
Mostra verdadeiramente a face da dor
Melhor então é conhecê-lo pouco a pouco

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Inspiração

Vejo uma menina linda
De passos lentos sem pressa
Mas ela não sabe ainda
Que muito me interessa

terça-feira, 10 de agosto de 2010

de instante

Vi na estrada do tempo
Os sonhos e a fé correndo juntos
Vi na roda da vida
A paz e o amor numa ida sem volta
Vi na passarela do destino
A batalha e a conquista desfilando de mãos dadas
Vi nas correntezas dos sentimentos
A emoção é a razão que vinham abraçadas
O sonho é pouco
Quando o destino é teimoso
Faz do tempo um louco
O desejo fica rouco
E o ímpeto preguiçoso

pintada pelas mãos de Deus


Mais que uma pintura
São as manchas desenhadas
Na onça pintada

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lute ou morra

Entre os desejos do homem, a sorte
Pra compensar os maus tratos da vida
Que muitas vezes de forma bandida
Te deixa perdido, meio sem norte

O mundo exige que sejas forte
Se vives numa constante despedida
Só o que resta é esperar a morte
Ou se empenhar numa luta garrida

Hoje a historia te faz um apelo
Se na tua trajetória quer paz
Aqueça esse seu coração de gelo

Veja um horizonte, vislumbre o sul
Apague essa imagem tão lilás
Faça do seu mundo um céu azul

sábado, 7 de agosto de 2010

Me completa

Faltam palavras
Só sei que te venero
Amor de uma vida inteira
Te quero
Num quarto tão só
Me esqueci de tudo
Luzes, vestes, pó...
Foi o que sobrou do meu mundo
Meu sonho, você
Meu desejo, sua companhia
Para o destino estou à mercê
Te ter, que alegria
Será possível?
Só o tempo deve dizer
Um sentimento que não é vil
Que será teu,se
Meu pedido atender
Veja o amor chegar
Te vencera
Fera, atrás de um belo rosto
Linda, linda vem me amar
Vem de vez acabar com meu desgosto

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Primeiro encontro

Você e eu, e uma distancia eminente
Na noite que era só um breu
Andamos tácitos por um curto desvão
Sentamos, olhamos atentos ao páramo
E num intimo acalento
Surge o beijo

Beijo tão meigo e arrebatador, melífluo
E de maneira terna e também cálida
Trocamos carinhos amiúde
Frente ao amor nos tornamos lúcidos
E ao mesmo tempo dois noviços
Na brandura do desejo

Desejo que somente és o mais puro anelo
Quiça trinar-te o mais belo madrigal
E nossos medos e receios sepultar em uma cripta
Fazer isso sem pesar, sem culpa e sem mácula
Mostrar a esse mundo tênue e pálido
Quão bom é amar

Flor

Flor que abre lenta
No jardim o encantamento
Quando a noite se assenta
Traz então deslumbramento

Essa flor é meu amor
Plantada no seu caminho
Regada com seu ardor
No calor dos seus carinhos

Flor que desabrocha
Num terreno de granito
Nascida em meio às rochas
Um cenário tão bonito

Essa flor é minha vida
Arrolada a vida sua
A sua flor preferida
Foi plantada no chão da lua

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Réu convicto

... Hoje
No lado esquerdo do peito
Jaz um coração que não bate mais
Apenas apanha da tristeza
E eu sou o culpado
Sou um sonhador
Que deixou de sonhar
Me tornei refém da solidão
Prisioneiro de uma prisão
Chamada esquecimento
Tenho como companheiro de cela
Somente o sofrimento
O carcereiro é o destino
Minha advogada é a duvida
Meu acusador a consciência
O juiz é o tempo
Neste tribunal que julga os sentimentos
... Acho que serei condenado!

Contramão

Coração bandido
Olha o que fez comigo
Não me deu chance
Trouxe-me aquele romance
Renovou-me uma esperança
Amei como se fosse criança
Mas hoje ela foi embora
Agora, estou desesperado
O que meu Deus foi que eu fiz de errado

Borracha

Um sangue branco
Em forma de leite
Verteu da seringueira
... e hoje de aparência negra
Eu a vejo nos pneus do meu carro

domingo, 1 de agosto de 2010

Saudade


Tarde de domingo
Tanto me faz relembrar
Minha velha rede
De tantos cochilos
Debaixo do meu pomar